segunda-feira, 19 de julho de 2010

Entrevista: João Wainer fala sobre o documentário "A Ponte"


O documentário “A Ponte” será exibido nesta terça-feira (20) no Sesc Santana. Depois de assistir ao filme você poderá bater um papo com um dos diretores do filme, Roberto T. Oliveira, um dos fundadores da Casa do Zezinho, Saulo Daggoux, e o ex-aluno da Casa do Zezinho e hoje escritor, Nene.

Antecipando um pouco o bate-papo e te pra deixar ainda com mais vontade de assistir ao documentário, conversamos com outro diretor do filme, o fotógrafo João Wainer. Além de “A Ponte”, Wainer é responsável pela série de documentários Chico Buarque, pelo documentário Sexpress da MTV e pelos DVDs Biografite – Rita Lee e Mart’nalia em Berlim, além do documentário Pixo - que também será exibido na Mostra Urbanidades (veja a programação completa).


A importância desse filme ser exibido para jovens, segundo o diretor, é que ele mostra uma ação eficiente, que é a Casa do Zezinho, que prova que mesmo com poucos recursos é possível fazer a diferença - “Esse filme tem que ser visto pelo maior número de pessoas possível”.

Para Wainer, o governo, por exemplo, tem muito a aprender com a Tia Dag. “Gerir poucos recursos, ser capaz de gerenciar com eficiência e técnica pedagógica. A Tia Dag criou um método educacional com pouco dinheiro, muita garra e um alto nível de aproveitamento. É um exemplo pra outras ONGs e pro governo”, explica João.

Os cinco anos que distanciam os dias de hoje da época da gravação do documentário já trouxeram mudanças à área: a Casa do Zezinho cresceu, podendo dar oportunidade para outros jovens e atender mais pessoas. “Não posso ser injusto e dizer que não teve nada a ver com o governo, mas aconteceu com a união do governo e ONGs”.

“A Ponte” se utiliza da simbologia de uma ponte física, que alguns até comparam ao Muro de Berlim, para mostrar a distância criada entre a periferia e o resto da cidade. Para Wainer o que separa as pessoas não são apenas lugares físicos. “As classes C e D têm sido olhadas diferentes, por causa do aumento do poder financeiro. Hoje elas podem gastar mais. Não é um olhar sem intenções, mas já é alguma coisa”.

João Wainer afirma que a intenção do documentário é mostra que a periferia está mais próxima dos centros empresariais do que se imagina. “Em 20 minutos você sai da Berrini e chega numa favela africana”, exemplifica. Ele acredita que seja importante mostrar que “por mais difícil que seja, existem exemplos eficientes que mudaram realidades”, mesmo com pouca verba. “Os membros do governo deviam sentar e assistir o filme para aprender um pouco com a Tia Dag”.

Com 42 minutos, "A Ponte" mostra as realidades dos bairros Capão Redondo, Jardim Ângela e Jardim São Luís, em São Paulo, com trilha sonora de DJ Zegon e por Daniel Ganjaman. Segundo Mano Brown, do Racionais MCs: "O rio Pinheiros divide os pobres dos ricos" e é lá que existe a ponte.


A Ponte (exibição e debate)
Quando? Terça-feira (20) às 20h
Onde? Sesc Santana (Av Luiz Dumont Villares, 579, Santana/SP)
Quanto? Grátis

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